terça-feira, 16 de março de 2010

Se os tubarões fossem homens


Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentís com os peixes pequenos. Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais.

Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim de que não moressem antes do tempo.

Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.

Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos.

Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista. E denunciaria imediatamente os tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.

Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que, entre os peixinhos e outros tubarões existem gigantescas diferenças.

Eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.

Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nas quais se poderia brincar magnificamente.

Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.A música seria tão bela, tão bela, que os peixinhos sob seus acordes e a orquestra na frente, entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali.

Se os tubarões fossem homens, eles ensinariam essa religião. E só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar. E os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas e assim por diante.

Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.

Bertold Brecht

sábado, 28 de novembro de 2009

Sobre política e jardinagem

De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim vocare, quer dizer chamado. Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um ‘fazer’. No lugar desse ‘fazer’ o vocacionado quer ‘fazer amor’ com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.

‘Política’ vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.

Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oásis. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’.

O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.

Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.

Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer se encontra não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.

Todas as vocações podem ser transformadas em profissões O jardineiro por vocação ama o jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.

Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a profissão política é a mais vil. O que explica o desencanto total do povo, em relação à política. Guimarães Rosa, perguntado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: ‘Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade... Ao contrário dos ‘legítimos’ políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem.’ Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. Uma árvore leva muitos anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.

Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com gigolôs.

Escrevo para vocês, jovens, para seduzi-los à vocação política. Talvez haja jardineiros adormecidos dentro de vocês. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. Todas elas, legítimas, se forem vocação. Mas todas elas afunilantes: vão colocá-los num pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?

Acabamos de celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegar, não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda não tocada pela mão do homem. Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros. Eram lenhadores e madeireiros. E foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim para a felicidade de todos, foi sendo transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde uns poucos encontram vida e prazer.

Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores à cuja sombra nunca se assentariam.

(Rubem Alves, Folha de S. Paulo, 19/05/2000)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dica - Dicionário Aurélio 5.12.81 (com as novas regras ortográficas)


Já está disponível ao público o Novo Dicionário Aurélio em CD-ROM, versão 5.0 - revista e atualizada, baseada na edição impressa do Novo Dicionário Aurélio, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, publicada pela Editora Positivo.
Incorporando as novas regras ortográficas o Dicionário apresenta todas as palavras, frases, expressões, verbetes e termos gramaticais alterados e atualizados com a nova orientação gramatical, constituindo-se em uma ferramenta simples e muito útil.


Características:
  • Navegação amigável: Interface muito mais bonita, legível e fácil de consultar.
  • Consulta rápida: Consulte qualquer verbete de A a Z em frações de segundo, inclusive flexões de verbos e plurais.
  • Histórico recente: Consulte o histórico de suas pesquisas mais recentes.
  • Dicas para professor: Sugestões de uso do dicionário para educadores.
  • Pesquisa reversa: Procure por palavras citadas no texto dos verbetes.
  • Verbetes categorizados: Faça pesquisas por palavras filtradas em 15 categorias (adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, elemento de composição, interjeição, numeral, prefixo, preposição, pronome, substantivo, sufixo, verbo, gírias e estrangeiras).
  • Máscaras: Faça pesquisas avançadas digitando o início ou o fim de uma palavra.
  • Conjugação de verbos: Conheça a conjugação completa dos verbos consultados, no texto do verbete.
Fonte: BaixeNet
Clique aqui para baixar

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Um bichano e eu

Disponível originalmente em http://beatonna.livejournal.com/92549.html, tradução minha.

Quem tem um gato em casa com certeza já passou por essas situações da tirinha. Os bichanos são uma gracinha, acham que são os donos da sua casa e até de você mesmo, possuem independência e fofura sem iguais. O único defeito é que não sabem o que querem, ou melhor, a gente é que muitas vezes não consegue decifrar o que eles querem, se é que eles sempre agem querendo alguma coisa.

Falo com propriedade, porque aqui em casa tenho um exemplar desse espécie. É uma persa, preta com branco e se chama Funny. Já mora com a gente há dois anos. Ao longo desse tempo passamos por muitas situações, muitas bonitas e outras um tanto tristes (que mereciam um post especial só pra elas). De vez em quando me pego pensando "Onde foi que eu errei na educação dessa gata?" ou "Será que ela já levou a sério alguma coisa que eu falei pra ela?". Tentei encontrar respostas com o veterinário, procurei livros na internet, mas nada surtiu o efeito esperado. Foi aí que eu resolvi relaxar e seguindo os conselhos do meu namorado até comecei a conversar mais com ela. E não é que até que a gente vem conseguindo se entender bem!? Ela na dela, e eu na minha, cada dia mais sem stress.

Se coloco a latinha dela de água ao lado da ração, ela só toma a água que fica no balde do outro lado (mesmo correndo o risco de cair dentro do balde). Mesmo tendo uma areia própria, ela só quer usar a do jardim. Ela mia querendo leite (suponho eu), coloco leite pra ele. Ela toma o leite, mas mia de novo pra mim (pode ser um miado de agradecimento, fico sonhando). Vou pro quarto, ela vem atrás de mim. Sento no computador, ela mia pra mim, coloco ela no colo, faço um cafuné (ela tá carente, normal um gato ser carente, eu acho). Ela pula e sobe na minha cama. "Funny, desce daí, vai ficar tudo cheio de pelo". Ela me olha e começa e dormir. Começo a ler, ela acorda e pula pra ficar em cima do livro (ela não suporta dividir a minha atenção, meu namorado que o diga). Mas se eu chamo ela não vem, ou pelo menos não antes de dez minutos se passarem. E apesar de tudo a gente vai se entedendo, ela aguentando meus momentos de "Felícia", e eu os seus desligamentos da vida. Tudo na certeza de que a gente se gosta e que não estamos sós.

domingo, 5 de abril de 2009

Oito (ou dez) coisas para fazer antes de morrer


Recebi o selinho ao lado da amiga blogueira Elen. Junto dele uma provocação: fazer uma lista com oito coisas que sonho fazer antes de morrer. No mesmo instante lembrei dos livros que vem sendo lançados na mesma linha e que eu nunca li “1000 Lugares para se conhecer antes de morrer” ou “1001 Livros para ler antes de morrer” ou “1001 Discos para ouvir antes de morrer” etc. Como eu ainda não viajei tanto, nem li tanto ou escutei tantos discos a ponto de conseguir escrever um livro desses (olha que um dia eu chego lá!), mas acredito que todo mundo merece ter sua lista, mesmo sabendo que as listas foram feitas para serem refeitas sempre, vamos a minha atual (com dez itens):

1 – Aprender a tocar bem um instrumento musical (a minha flauta doce não conta!);
2 – Fazer uma viagem de carro pelo litoral do nordeste brasileiro e registrar tudo em fotos;
3 – Ter uma coleção bem bacana (ainda tô decidindo do quê);
4 – Ter filhos, netos e bisnetos e poder reuni-los em um belo churrasco de domingo;
5 – Ter um bom emprego estável, que garanta meu sustento e ainda me deixe tempo suficiente pra curtir minha família, meus discos e livros;
6 – Fazer um cruzeiro (passando por lugares paradisíacos);
7 - Conhecer a Europa e a América do Sul;
8 – Fazer mestrado;
9 – Voltar a dançar ou fazer teatro/coral;
10– Envelhecer feliz e com muita saúde.

E para finalizar, além de fazer a lista eu também terei que:
- Convidar oito parceiros de blogs amigos para também responde. Mas, convidarei apenas três: Dani, Alberto e Luana.
- Comentar no blog de quem nos convidou;
- Comentar no blog de nossos(as) convidados(as) para que saibam da convocação.

Missão cumprida! Au revoir. Estou indo passar a semana santa na Bahia, logo logo conto as novidades para vocês.

terça-feira, 24 de março de 2009

Partilhando um pouquinho de conhecimento

Vez ou outra entrando nos blogs encontro algumas revistas interessantes para baixar. Já que esta blogueira acredita na internet como uma ferramenta extraordinária para a difusão do conhecimento, vou começar a disponibilizar esses links aqui também, afinal nem sempre sobra tempo ou grana (principalmente!) para comprá-las. Pra começar:



Para baixar: Discutindo Língua Portuguesa; Filosofia.

domingo, 15 de março de 2009

Roque Santeiro


A Cia. Chegança Produções Culturais está de parabéns pela montagem da peça "Roque Santeiro", um musical dirigido por Michelle Cabral, com texto do dramaturgo Dias Gomes, em cartaz até hoje (15/03) no Teatro Artur Azevedo. Ao assistir a peça fica evidente o profissionalismo de todos envolvidos e o cuidado com os detalhes do trabalho.

A peça que recebeu originalmente o nome de "O Berço do Herói" foi escrita em 1963 e deveria ter sido encenada em 65, mas foi censurada pelo Governo Militar. Em 1975 Dias Gomes resolveu adaptar a obra para a televisão. Mas, novamente, a história foi proibida. Dez anos depois, em 1985, já com o país vivendo o processo de redemocratização, a novela foi levada ao ar. O sucesso foi estrondoso e imediato. Em 2008, pela primeira vez os herdeiros do consagrado autor, falecido em 1999, liberaram os direitos do texto para que fosse montado em seu lugar de origem, o palco.

A trama gira em torno da volta de Roque Santeiro, um herói de guerra dado como morto, à fictícia cidade de Asa Branca. O fato desencadeia uma série de situações inusitadas e atuais que expõem a falência dos homens e de suas estruturas. A tragicomédia traz, também, personagens imortalizados como a Viúva Porcina, Sinhozinho Malta, Florindo Abelha e Zé das Medalhas.

terça-feira, 10 de março de 2009

As meninas do Brasil


A cerca de dois anos atrás, Rita Ribeiro, Teresa Cristina e Jussara Silveira reuniram-se no projeto intitulado “Três Meninas do Brasil”, como resultado do encontro gravaram um CD/DVD ao vivo.

O show eclético que foi sucesso de público e de crítica, reune clássicos do cancioneiro popular da música brasileira, com destaque para o samba e o forró. É um disco que cai bem, seja para apenas ouvir, prestando atenção nas letras, ou dançando.

Logo no início do disco o trio surpreende cantando Tom Zé (“Menina amanhã de manhã”), e uma versão de “Seo Zé”, música de Carlinhos Brown, Marisa Monte e Nando Reis que traz uma levada de rumba bem curiosa. Logo depois somos presenteados com as belas interpretações de “Nú com minha música” (de Caetano Veloso); “Ludo real” (de Chico Buarque); e “Chula cortada” (de Jussara Silveira).

As dançantes “Minha Tribo Sou Eu” (de Zeca Baleiro), “Deixa a gira girar” e o xote “Homem de Saia”, encerram o disco muito bem.

Não sai da minha ‘vitrola’!

Escute também: BAIXAR

sexta-feira, 6 de março de 2009

'Memear' é bom


Dani me mandou um meme musical, fiquei perdida entre tantos cantores que admiro, de qual fazer? De repente, um estalo: Zeca Baleiro, esse cara é muito bom! Além de ser um ótimo compositor, faz misturas musicais incríveis.

Ok,vamos às regras: 1- Escolher um cantor(a) ou grupo; 2-A cada pergunta feita, terá que escolher um título de uma música e colocá-lo lá como resposta (essa regra foi adaptada, pode colocar em vez de um título, um trecho da música);3-Por último, repassar a 7 blogs.

Vamos lá, então:

1-És homem ou mulher? “Coração do homem-bomba faz tum-tum. Até o dia em que ele fizer bum” (O coração do homem bomba)

2-Descreve-te: “Não quero ser triste como o poeta que envelhece lendo Maiakóvski na loja de conveniência. Não quero ser alegre como o cão que sai a passear com o seu dono alegre sob o sol de domingo... Nem quero ser estanque, como quem constrói estradas e não anda. Quero no escuro, como um cego, tatear estrelas distraídas. Amoras silvestres no passeio público. Amores secretos debaixo dos guarda-chuvas” (Minha casa)

3-O que as pessoas acham de ti: “Eu não sou playboy, eu não sou plebeu. Não sou hippie, hype, skinhead, nazi fariseu. A terra se move, falou Galileu. Não sou maluco, nem sou careta. Minha tribo sou eu” (Minha tribo sou eu)

4-Como descreves seu atual relacionamento: “Você vai comigo aonde eu for, você vai bem, se vem comigo. Serei teu amigo e teu bem. Fica bem, mais fica só comigo. Quando o sol se vai a lua amarela, fica colada no céu, cheio de estrelas. Se essa lua fosse minha, ninguém chegava perto dela. A não ser eu e você. Ah, eu pagava prá ver, nós dois no cavalo de ogum, nós juntos parecendo um. Na lua, na rua, na Nasa, em casa. Brasa da boca de um dragão” (Comigo)

5-Descreve o momento atual de tua relação: “Quando você diz o que ninguém diz. Quando você quer o que ninguém quis. Quando você usa lousa pra que eu possa ser giz. Quando você arde ao arder e a sua teia cheia de ardiz. Quando você faz a minha carne triste quase feliz... Você me faz parecer menos só, menos sozinho. Você me faz parecer menos pó, menos pozinho.”(Skap)

6-Onde querias estar agora? “Ai, morena! Viver é bom, esquece as penas, vem morar comigo em Babylon”(Babylon)

7-O que pensas a respeito do amor? “Se você me quer me queira, se você marcar bobeira,volto pra mamãe volto pra papai, corro pro Xingu fujo pra Xangai.Se você não der bandeira que você me quer não terá, meu amor de fato meu beijo fatal,minha solidão nem meu carnaval” (Dodói)

8-Como é tua vida?
“Quando piso em flores, flores de todas as cores. Vermelho sangue,verde-oliva,azul colonial. Me dá vontade de voar sobre o planeta, sem ter medo da careta, na cara do temporal. Desembainho a minha espada cintilante, cravejada de brilhantes, peixe-espada vou pro mar. O amor me veste com o terno da beleza, e o saloon da natureza, abre as portas pr’eu dançar.” (Boi de Haxixe)

9-O que pedirias se pudesses ter só um desejo: “Calma alma minha, calminha! Você tem muito que aprender...” (Alma nova)

10 - Escreva uma frase sábia:
Mundo velho e decadente mundo, ainda não aprendeu a admirar a beleza, a verdadeira beleza, a beleza que põe mesa e que deita na cama, a beleza de quem come, a beleza de quem ama, a beleza do erro, puro do engano, da imperfeição”(Salão de beleza) ou “Só a noite é que sabe que a vida não tem jeito” (Cachorro doido)


Agora mando o meme para 3 blogues, são eles: Elen Mateus, Zema Ribeiro e Camila Chaves.